quarta-feira, 4 de março de 2009

Dor de cabeça, medos e tempo

       Minha cabeça dói, dói e há alguns minutos eu achei que essa cessaria se eu me permitisse um cochilo, e ao invés do sonho reconfortante tive um pesadelo super assustador e agora minha cabeça dói muito mais que antes.

       Sonhei que estava acordada exatamente na mesma posição em que dormia, mas não conseguia me mexer, só mexia os olhos e mesmo assim fazendo muita força. Queria me movimentar e não conseguia e sentia que tinha alguém se divertindo nas minhas costas, mas não conseguia ver quem era. Conclusão, estou com medo de dormir. Há tantas coisas melhores para se temer e eu estou com medo de dormir.

       O medo deveria ser um mecanismo de sobrevivência que nos impediria de fazer coisas perigosas e não para nos impedir de dormir ou de fazer coisas que nos deixaria feliz simplesmente porque há a possibilidade de acontecer algo. Por que temos medos de coisas tão bobas? Pois se pensar bem, a vida é curta, e é curta mesmo e de repente se tem 20 anos e não se divertiu tanto quanto queria nem se fez coisas que poderia por estar jovem e ter tempo livre. Por que a partir daí as coisas pioram, você começa a faculdade e a estagiar, e daí 30 anos, e se apaixona e casa e tem filhos e de repente 50! 50 anos e filhos que se foram para suas vidas e um ex-marido ou uma ex-mulher que nem te respeita (os casamentos não duram mais, isso é fato), e vem na sua cabeça às milhares de coisas que você gostaria de ter feito, mas não fez por algo tão estúpido quanto medo, e você ainda não sabe dançar, nem nunca viajou para aquele lugar que você sempre quis ir, não conheceu muitas praias, não tomou banho de mar à noite, nunca curtiu o carnaval, não foi a muitos shows e nem teve um amor de verão.

       A velhice vem, e não que ela seja ruim, mas é que nos impede de fazer coisas, como toda a idade tem limitações. Mas o chocante da velhice é que depois dela só tem a morte e o que você não fez até ela, provavelmente não fará mais. Então você estará sentada numa cadeira de balanço lembrando-se da vida que teve e você vai perceber as coisas que perdeu por tolice. Viver da melhor maneira possível depende do que é a melhor maneira possível para você. Tem gente que gosta de trabalhar e estudar e fez suas escolhas, mas seja qual for o melhor para você, é bom fazer, por que talvez os cristãos estejam certos e a vida seja só uma (quem sabe...), e nem sua fé vai fazer você nascer de novo para lhe dar a chance de fazer tudo o que queria fazer.

       Não estou dizendo para enfiar o pé na jaca e viver uma vida irresponsável e de excessos ou para você banalizar todos os seus medos, apenas aproveite o que tem e não fique dentro de casa as férias toda, nem se divirta de uma maneira apenas, nem tenha medos que não vão levá-los a lugar de nenhum. Pare de pensar no que os outros vão pensar de você (por que só você sabe quem você é, e por mais que queira mostrar raramente vai conseguir), conheça várias pessoas, aprenda coisas diferentes com elas para que quando chegar à época em que você tenha pouco tempo, você saiba exatamente o que fazer com ele.

       Abaixo eu coloquei uma animação chamada Rua das Tulipas, conta uma pequena história sobre um homem que finalmente fez o que queria, entre outras coisas. Curta!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Meow!

       O Condicionamento existe? Não sei, só sei que tudo se torna mais fácil quando levamos em consideração sua existência, e a partir dela achamos soluções e concluímos causas, e a possibilidade de nos tornarmos aquilo que queremos ser parece palpável.

       O engraçado é que tudo o que queremos ser é uma questão de condicionamento, ser pontual, ser forte, ser magro, ser ativo, ser responsável e por aí vai. A pergunta é: o que não é uma questão de condicionamento? Quando se pensa em si mesmo, em mudanças, naquilo que depende de você e no verbo ser e estar, não se chega à outra solução que não seja se condicionar. Uma conclusão simples, mas tão difícil de se por em prática, até para as pessoas que gostam de mudar. Mudar é sempre difícil e, ás vezes, até doloroso. Deixar de fazer algo que realmente gostamos por amor próprio e saúde, nos faz pensar o que é realmente saudável e o que é realmente bonito e quando vai chegando no meio do processo todos esses valores se tornam banais e até fúteis.

       No fim, puxamos o primeiro amigo (ou vítima) que passar pela nossa frente para uma discussão bem filosófica questionando tudo isso (está realmente na moda fazer isso com quase tudo). Colamos a culpa na mídia, no capitalismo, nos militares, nos velhos arcaicos que não percebem que o mundo precisa de uma mudança de conceitos e obviamente também culpamos a pessoa mais bonita da televisão. Vamos para casa e nos acomodamos na maneira que estamos, e se alguém tentar nos avisar que essa conclusão não foi boa, simplesmente ignoramos para nos arrependermos alguns meses depois.
Essa talvez seja a explicação, para muitas perguntas, tais como, se todos sabem o caminho para se viver melhor, então por que não vivem? Por que somos todos acomodados e estagnados em uma coisa ou em outra? Nesse contexto podemos dividir o mundo de duas maneiras, aqueles que têm determinação e os que não têm. Os determinados têm chances melhores de serem felizes, eles não desistem, não param de lutar até conseguir o que se desejam, e era isso que deveriam ensinar nas escolinhas e principalmente em casa, ensinar não, doutrinar, porque se é uma questão de condicionamento, podemos nos condicionar para sermos determinados.
Infelizmente, em nosso mundo, a força maior nos condiciona para coisas que não nos faz bem. Apesar de sabemos disso, simplesmente não temos força para mudar, fomos condicionados para não ter.

Think About.

Abaixo eu coloquei essa animação que fala sobre isso em apenas 8 min, um clássico da animação brasileira de Marcos Magalhães. Curta!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Entre outras coisas


       Essa semana começou um curso de documentário na minha escola de cinema no qual me escrevi, e depois de determinar tema e escrever roteiro, saí nas ruas da lapa com meu grupo para filmar o que seria um documentário sobre a arte de rua da lapa. Um tema muito extenso e o roteiro era baseado em entrevistas com pessoas que por acaso estariam lá a fim de fazer parte de um documentário. Obviamente fomos mandados para diversos lugares, ouvimos várias grosserias, mas também aqueles que simplesmente não queriam parar de falar por achar que tem muito a dizer e nas entrevistas acabamos por descobrir coisas que nem imaginávamos.

       Nossa cultura e povo são realmente ricos, e me sinto pobre de não estar a par dela. Não conheço minha cultura tão bem quanto gostaria e acho que esse mal atinge a muitos, sobretudo no Brasil. Nós consumimos tantos filmes sobre pessoas que não são como a gente e realidades que não são como a nossa, que provavelmente nunca vão ser, e isso não será ruim.

       De fato, ainda estamos sendo colonizados e agora é uma colonização cultural que talvez seja mais perversa, não sei, só sei que conheço muito brasileiro que idolatra o Obama apenas porque o cara nasceu negro. Nem o conhecemos, não sabemos nada sobre ele, além do que a imagem que os EUA me venderam, a única coisa que eu sei, aliás, que todos deveríamos saber é, que ele é o presidente do país que sempre ferrou com a gente, e adivinhem...ele vai continuar ferrando ! Esse Obama não está nem aí para nós, ele pode até simbolizar uma vitória, mas essa vitória não é minha.

       “Ah! Mas a globalização...” eles dizem, e dizem outras besteiras que engolimos. Não quero esse mundo globalizado, não quero ver a cultura dos outros se sobrepondo a minha, não quero ir a Londres, nem comprar uma bolsa da Victor Hugo, quero conhecer os lençóis maranhenses e comprar uma colcha de retalhos nordestinos. Não que seja mais barato, isso seria outra crítica.

Como vamos conhecer se é caro?

Think About.