Essa semana começou um curso de documentário na minha escola de cinema no qual me escrevi, e depois de determinar tema e escrever roteiro, saí nas ruas da lapa com meu grupo para filmar o que seria um documentário sobre a arte de rua da lapa. Um tema muito extenso e o roteiro era baseado em entrevistas com pessoas que por acaso estariam lá a fim de fazer parte de um documentário. Obviamente fomos mandados para diversos lugares, ouvimos várias grosserias, mas também aqueles que simplesmente não queriam parar de falar por achar que tem muito a dizer e nas entrevistas acabamos por descobrir coisas que nem imaginávamos.
Nossa cultura e povo são realmente ricos, e me sinto pobre de não estar a par dela. Não conheço minha cultura tão bem quanto gostaria e acho que esse mal atinge a muitos, sobretudo no Brasil. Nós consumimos tantos filmes sobre pessoas que não são como a gente e realidades que não são como a nossa, que provavelmente nunca vão ser, e isso não será ruim.
De fato, ainda estamos sendo colonizados e agora é uma colonização cultural que talvez seja mais perversa, não sei, só sei que conheço muito brasileiro que idolatra o Obama apenas porque o cara nasceu negro. Nem o conhecemos, não sabemos nada sobre ele, além do que a imagem que os EUA me venderam, a única coisa que eu sei, aliás, que todos deveríamos saber é, que ele é o presidente do país que sempre ferrou com a gente, e adivinhem...ele vai continuar ferrando ! Esse Obama não está nem aí para nós, ele pode até simbolizar uma vitória, mas essa vitória não é minha.
“Ah! Mas a globalização...” eles dizem, e dizem outras besteiras que engolimos. Não quero esse mundo globalizado, não quero ver a cultura dos outros se sobrepondo a minha, não quero ir a Londres, nem comprar uma bolsa da Victor Hugo, quero conhecer os lençóis maranhenses e comprar uma colcha de retalhos nordestinos. Não que seja mais barato, isso seria outra crítica.
Como vamos conhecer se é caro?
Think About.
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